Comprar casa é um sonho de muitas pessoas. Um sonho de grandes dimensões que envolve decisões que precisam de ser bem ponderadas e compromissos de longo prazo que não devem ser assumidos de ânimo leve. Afinal de contas, para muitos será o maior investimento que irão fazer na vida. Mas no momento de arregaçar as mangas e avançar para a compra de casa, por onde começar?
1. Escolher a localização
Localização, localização, localização. É o lema do imobiliário e é por isso o elemento-chave na altura de começar a procurar casa, porque lhe permite focar-se em encontrar a melhor casa numa zona de forma mais eficaz, em vez de despender tempo e recursos a analisar uma área vasta.
Para escolher a localização ideal há vários fatores a ter em conta, principalmente o orçamento de que dispõe, porque por muito boa que uma localização seja, se o preço das casas estiver acima das suas possibilidades, nem vale a pena perder tempo. Para ter uma ideia dos preços praticados por região pode utilizar quer os portais imobiliários quer os sites das mediadoras imobiliárias. Depois é uma questão de encontrar um ponto de equilíbrio entre a zona em que gostava de morar e a casa que gostava de ter e estar preparado para fazer cedências.
As boas infraestrutras e serviços são também fatores importante, mas tenha em especial atenção o quão bem servida é a área em termos de transportes, porque mesmo que esteja perto do seu trabalho atual, não sabe onde vai trabalhar no futuro e se tiver flexibilidade em termos de transportes estará melhor preparado para qualquer eventualidade.
Se achar que uma zona reúne as condições necessárias, faça visitas exploratórias para ter uma noção de como é de facto viver ali e tente saber a opinião de conhecidos que morem nas proximidades. Todas as informações são preciosas!
Reúna todos os dados, pese prós e contras e tome uma decisão fundamentada.
2. Decidir que tipo de casa quer
Querer nem sempre é poder, mas saber o que se quer é um bom começo para se encontrar uma casa de que se gosta. Fazer uma lista detalhada de características pode-lhe parecer uma boa ideia, mas na verdade pode ser mais prejudicial do que útil, porque quanto mais requisitos a casa tiver de respeitar, menores vão ser as opções. Foque-se por isso apenas em alguns elementos que considere imprescindíveis e tenha uma visão de longo prazo, não pense apenas nas suas necessidades imediatas, tenha em conta as possibilidades de adaptação no futuro.
3. Selecionar um agente imobiliário
Já decidiu a zona e sabe que tipo de casa quer, agora só falta encontrá-la e para isso nada melhor do que contar com o apoio de agentes imobiliários que conheçam bem a área em que pretende comprar a casa.
Para além de não ter de perder tempo em pesquisas online intermináveis, trabalhar com um agente imobiliário vai poupá-lo a tarefas mais demoradas como agendar visitas com os proprietários ou tratar da burocracia no momento da compra. Além disso, vai poder contar com o seu know-how para perceber se está a fazer um bom negócio ou não.
Para escolher um bom agente faça-lhe perguntas sobre a zona, para avaliar se de facto conhece a área, e procure referências e dados sobre o desempenho. Uma das vantagens do digital é que facilmente pode obter dados que lhe deem maiores garantias do bom desempenho de um profissional.
4. Fazer visitas
É a parte divertida de procurar casa, pelo menos de início. Mas fuja à tentação de começar a visitar todas as casas que lhe sugerem, verifique se respeitam os pressupostos que definiu e se de facto lhe podem interessar, caso contrário estará apenas a perder o seu tempo e o do agente.
Veja bem todas as divisões, fique atento a elementos estranhos, como manchas de humidade ou fissuras, e tome nota das suas impressões logo a seguir à visita, assim será mais fácil distinguir entre as várias casas que vai visitar. Mas foque-se no importante, que é a casa em si, sem dar importância a elementos decorativos que podem ser alterados. Se encontrar uma casa de que gosta, dentro do seu orçamento, na localização que escolheu, não a elimine apenas porque os azulejos da cozinha não lhe agradam. Veja para lá daquilo que a casa é atualmente e tenha em conta o potencial, para não passar ao lado de uma boa oportunidade.
5. Escolher a casa
Dizem que as noivas sabem quando vestem o vestido certo. Com as casas é também assim, há um lado muito emocional no processo de escolha de uma casa, é preciso que sinta aquele espaço como seu e que se veja a construir ali uma vida. Mas não se deixe levar apenas pela emoção, seja racional, lembre-se que a casa com que sonha nem sempre é a casa que pode ter e que mesmo que uma casa não seja perfeita naquele momento, terá muitos anos pela frente para limar arestas.
6. Obter o empréstimo
Escolhida a casa, o mais certo é precisar de crédito habitação e, se estiver a trabalhar com um agente imobiliário, uma das mais-valias é poder contar com ele como ponte com as entidades de crédito. Tendo em conta o volume do investimento em causa, a aprovação de um pedido de crédito vai passar por uma análise minuciosa do seu perfil, nomeadamente a situação profissional e financeira, para garantir que tem condições para cumprir o contrato de crédito.
Não conte com o empréstimo para pagar a totalidade da casa porque, considerando as atuais condições de mercado, deverá ter de estar disposto a dar de entrada cerca de 20% do valor do imóvel. Para além disso, para respeitar os pressupostos do crédito habitação responsável é recomendável que a prestação mensal do crédito habitação não represente mais de 40% do rendimento líquido do agregado familiar e esse será, portanto, um fator fundamental para que o seu pedido de crédito seja bem sucedido.
Quando der por si já estará familiarizado com todos os termos do Crédito Habitação e terá de decidir se prefere uma Taxa Fixa, Mista ou Variável. Nesse momento o importante é ter uma mente aberta e ver que opção lhe parece mais vantajosa para o seu caso, porque haverá certamente vantagens para cada uma das opções.
Quando estiver a analisar várias propostas de crédito lembre-se que há vida para além do spread e muitas entidades vão apresentar-lhe soluções para baixar o spread que vão passar pela contratação de outros produtos e não são necessariamente mais vantajosas. Analise por isso com atenção as propostas de entidades que não associem ao crédito habitação a venda de outros produtos.
7. Comprar a casa
Com a casa escolhida e o crédito habitação aprovado é altura de avançar com a compra e neste ponto irá agradecer ter um agente imobiliário ao seu lado que o oriente em termos burocráticos, comprovando por exemplo a titularidade do imóvel e que não há encargos ou ónus sobre o imóvel, caso seja uma casa usada. Sendo marinheiro de primeira viagem e dada a complexidade deste processo, o melhor mesmo é deixar estas questões nas mãos dos profissionais competentes e não avançar para a compra sem apoio, porque a probabilidade de se deparar com problemas que não saberá resolver é muito grande.
8. Mudar-se
Tudo tratado, a sua última tarefa é mudar-se e aproveitar a sua casa nova. Pode demorar um tempo, mas um dia dará por si no sofá da sua nova casa, com tudo arrumado, e terá uma sensação de dever cumprido. Se assim acontecer, esperamos ter ajudado!