Será que a melhor opção é mesmo demorar o máximo de tempo possível a liquidar o empréstimo e pagar o menos possível por prestação? Continue a ler para saber a resposta.
O que ter em conta quando pensar na duração do empréstimo
A questão do prazo do crédito habitação é mais complexa do que pode parecer à partida. Sim, um prazo maior significa uma prestação mais reduzida. Mas isso significa que vai pagar menos pelo seu empréstimo? Não, antes pelo contrário. Porque quanto mais tempo levar a pagar o empréstimo, mais juros irá pagar, o que significa que escolher um prazo maior vai-lhe custar mais caro no final do empréstimo.
Mas há outro fator importante a ter em conta: um período longo significa que parte do empréstimo será pago já durante a reforma, fase em que muitas vezes há uma redução do rendimento e do poder económico. Portanto, pode estar a assumir um compromisso que, ao entrar na reforma, pode ser mais pesado do que é atualmente.
O que recomenda o Banco de Portugal?
Para proteger os clientes, evitando situações de crédito que impliquem um risco excessivo e aumentem o perigo de incumprimento, o Banco de Portugal emitiu algumas recomendações macroprudenciais a respeito da concessão de crédito habitação e crédito com garantia hipotecária, que entraram em vigor a 1 de julho de 2018, uma das quais referia expressamente a questão da maturidade (ou seja, a duração) dos empréstimos.
A recomendação do Banco de Portugal vai então no sentido de recomendar que os novos contratos de crédito habitação não excedam os 40 anos, o que está alinhado com a generalidade da oferta de crédito habitação, referindo, no entanto, que a média dos créditos concedidos pelas instituições deve convergir para uma maturidade média de 30 anos até ao final de 2022.
Portanto, embora encontre várias opções no mercado para empréstimos com a duração máxima de 40 anos (a que só pode ter acesso se a sua idade estiver abaixo do limite máximo no final do empréstimo definido por cada instituição), pondere bem a questão da duração do empréstimo e aconselhe-se junto de uma entidade que defenda princípios de crédito responsável, para que possa avançar para a compra da sua casa com a confiança de estar a tomar a melhor decisão e aquela que lhe vai custar menos no final do empréstimo.
Utilizar os simuladores de crédito habitação para simular vários cenários de prazo de empréstimo, poderá ser outra forma de verificar a diferença entre os juros a suportar nas diferentes opções de prazo de empréstimo. Para isso basta consultar os valores dos Planos Financeiros disponíveis no capítulo “Quadro de Reembolso” da Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE) que é entregue com as Simulações. Na coluna “Juros” é possível verificar o custo com os juros ao longo do prazo do Crédito Habitação.
Em conclusão, um prazo mais baixo pode significar menor custo com juros no final do empréstimo, mas também significa uma prestação mais elevada (devido ao menor número de prestações). Assim, o segredo será encontrar um ponto de equilíbrio que funcione bem para si e lhe permita viver a sua casa (e o crédito habitação) de forma descansada.